quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aos "barulhentos"

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque
e eu aceitei com prazer.
Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, é de uma carroça vazia...
Perguntei-lhe, então:
- Como o senhor sabe que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora - respondeu ele - é muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais,
tratando o próximo com grossura, prepotente, interrompendo a conversa
dos outros ou querendo demonstrar que é a dona da verdade,
tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai, dizendo:
"Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz"
(desconheço a autoria)

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