domingo, 26 de julho de 2009

É tão difícil voltar...

Voltar de umas férias tão gostosas...
Voltar de um passeio a um lugar nunca antes visitado...
Voltar a falar com alguém que te disse coisas ruins, que te magoaram...
Voltar o namoro depois de uma briga "daquelas" (por mais que você ame a pessoa)...
Voltar aos braços de pais que te abandonaram...
Voltar a prestar atenção em coisas que você, se quer, acredita...
Voltar para casa sozinho, depois de um bom xamego na rua...
Voltar a sorrir, depois de perder alguém muito querido...
Voltar a ter a pureza de um criança...
Voltar da casa da avó, depois de uma tarde de domingo...
Voltar a dormir, após um pesadelo...
Voltar a olhar na "cara" de uma pessoa que mentiu pra você...
Voltar a acreditar na política, depois de tantos escândalos...
Pra finalizar, mas não pra por um fim, é muito difícil voltar a trabalhar, depois de alguns dias de férias, no mais puro descanço, físico e mental...

ESTAMOS SEMPRE VOLTANDO, MESMO SENDO TÃO DIFÍCIL... Ainda bem, né! Ou não...

E lembrem-se: Aproveitemos o hoje, porque as coisas nem sempre voltam a ser como já foram um dia!!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

REVISTA VEJA, A MAIS "VENDIDA" DO BRASIL!!!

Como bem sabemos, nada na vida é de graça, muitos menos na política...
Por esse e outros motivos, a matéria da revista Veja, desta semana, nos mostra que cada vez mais esse "instrumento de informação" ou da falta dela (informação), está, a todo momento, a serviço dos que pagam melhor... Cada vez mais, chego ao entendimento de que esta revista é uma farsa e só serve para desinformar as pessoas.

REVISTA VEJA, A MAIS VENDIDA DO BRASIL!!! (Isso dá um bom trocadilho)

No dia 15 de junho de 2009, o GDF, portanto, o Arruda, fechou um contrato de valor altíssimo com a Editora Abril, para que fossem distribuídos exemplares da revista veja nas escolas do DF.
No contrato a especificação diz que a aquisição foi feita para que as revistas sejam distribuídas em SALA DE AULA. Será que isso será feito? Será que todas as salas de aula da rede pública do DF poderão contar com um exemplar dessa revista por semana? Ou será que teremos um exemplar em cada escola e nem os professos e, muito menos os alunos, verão esse exemplar semanal? Será que houve um super faturamento no valor pago? Será que o governador realmente acha que lendo essa revista as pessoas estarão se informando e formando enquanto cidadãos? Ou será que esse pequeno gesto com as escolas do DF não passa de uma troca de favores do tipo: "olha, fizemos um contrato bem alto com vcs, então, não podem mais falar mal do GDF..." É meus amigos, ficam aí muitas dúvidas, pelo menos em minha cabeça.
Mas, a primeira matéria, dessa série que devem estar por vir, falando muítissimo bem do GDF, já está em circulação!

Sem contar o que fiquei sabendo ainda hoje: O jornal Correio Braziliense, que também quase não é Arrudista e neoliberal, também está sendo distribuido nas escolas. Será que é um favor desse "importante" veículo de comunicação do DF ao Governo de Arruda e seus amigos? Será que o GDF está mesmo tão interessado em informar os professores e alunos do Distrito Federal com esse jornaleco vendido, alias, comprado pelo próprio Arruda (que manipula TODAS as informações que são publicadas no CB)? Será que o povo do DF acredita nisso, Sr. Pinóquio?

Fiquemos de olho aberto! O Arruda não tem nada de bobo! Se tivesse, não teria sido eleito Governador do DF depois de tudo o que aprontou no Senado Federal...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ateus, saiam do armário! Ateísmo e falsas simetrias

O Biscoito Fino e a Massa combate as falsas simetrias desde outubro de 2004. Outro dia, numa mesa de bar, tive que ouvir a velha história de que “machismo” e “feminismo” são duas coisas idênticas; de que as mulheres deveriam abandonar essa história de feminismo porque ... afinal de contas, somos todos seres humanos! Uma amiga querida, feminista, encarregou-se de explicar o óbvio: que o machismo é a justificativa ideológica de uma opressão milenar, que subjuga as mulheres, relega-as à condição de serventes, e que o feminismo representa a luta por uma sociedade em que todos tenhamos os mesmos direitos-- uma sociedade em que as mulheres possam, por exemplo, legislar sobre seu próprio útero. Daí, a conversa da nossa interlocutora descambou para a discussão do racismo, onde ela de novo repetia a ladainha de que uma camisa 100% negro e uma camisa 100% branco representavam coisas igualmente reprováveis, como se não tivesse havido aquele pequeno detalhe chamado escravidão.
Está em curso uma perigosa tendência a silenciar os ateus. O argumento – calhorda, cafajeste, ignorante – é que cada vez que um ateu sai do armário, se assume como tal e começa, a partir dali, a articular publicamente suas razões para ser ateu, ele está repetindo, mimetizando, reproduzindo a doutrinação evangélica com a qual somos bombardeados todos os dias. Cada vez que os ateus começamos a falar publicamente sobre essa mais óbvia e razoável das escolhas vem alguém nos acusar de ... estar querendo evangelizar os outros!
Dá pra imaginar uma simetria mais falsa?
Uma pesquisa recente, da Fundação Perseu Abramo, mostra que os ateus representamos o grupo social mais discriminado socialmente. Mais que negros. mulheres, travestis, gays, lésbicas. Mais, até mesmo, que transsexuais. Eu não estou dizendo que a discriminação cotidiana que sofre, por exemplo, um ateu branco, é comparável à que sofre um negro de qualquer crença. Não é. Não é, em primeiro lugar, porque ser negro e, até certo ponto, ser gay, são coisas impossíveis de se esconder. Ser ateu, não. Mas se você perguntar a um brasileiro em qual membro de grupo social ele não aceitaria votar de jeito nenhum, os ateus estamos, disparados, em primeiro lugar. Vivemos ainda nesse estranho regime que associa a moralidade à crença religiosa, como se existisse alguma relação entre religiosidade e comportamento moral, como se não soubéssemos nada sobre a lambança feita pelos padres com as crianças e adolescentes – para não falar dos séculos de lambança obscurantista e anticientífica promovida pelas religiões.
A crítica que ouço por aí a Richard Dawkins – que ele está liderando um movimento ateu que tem caráter evangelizante, doutrinador, e que portanto, ele acaba se parecendo a um crente – é de uma burrice digna de um cristão. Nós passamos séculos em que os ateus não tínhamos sequer o direito de falar na esfera pública enquanto tais. Nós vivemos num mundo onde professores são despedidos por serem ateus; adolescentes recebem suspensão na escola por serem ateus; políticos que se declaram ateus têm pouquíssimas chances de serem eleitos. Essa mais razoável e óbvia das conclusões filosóficas – a de que o mundo não foi criado por nenhum ser onipotente – ainda é motivo de perseguição severa para qualquer um que a abrace.
Apesar do caráter laico da República Federativa do Brasil, garantido na nossa constituição, as religiões ainda gozam desses estranhos privilégios: não pagam impostos, por exemplo. A pior parte é que elas podem dar palpite em absolutamente tudo -- desde o currículo escolar até o útero alheio – mas, no momento em que são questionadas, o debate é silenciado com aquele mais cretino dos argumentos, ah, tem que respeitar minha religião.
Entendam o ponto de vista d' O Biscoito Fino e a Massa sobre isso: tem que respeitar religião porra nenhuma. Tem que acabar com essa história de que, todas vezes que apontamos a misoginia, a homofobia, os estupros de crianças, a guerra anticiência, os séculos de lambança obscurantista, sempre aparece alguém para dizer "ah, tem que respeitar minha religião".
Ideias não foram feitas para serem "respeitadas". Ideias foram feitas para serem debatidas, questionadas, copiadas, circuladas, disseminadas, combatidas e defendidas, parodiadas e criticadas. De preferência com argumentos. Seres humanos merecem respeito. Pregação contra o que seres humanos são, por sua própria essência e identidade (gênero, raça, orientação sexual) não pode ser confundida com sátira antirreligiosa. A maioria dos carolas adora confundir sátira antirreligiosa com ataque misógino ou homofóbico. Não entendem que sua superstição é, essa sim, uma opção.
As três famílias que chamo de minhas – a sanguínea, a de meu amor e a da mãe de meus filhos, todas elas majoritamente católicas – são testemunhas de que jamais invadi um ritual religioso deles para fazer sátira, questionar o que quer que seja ou tentar converter quem quer que seja. O ritual acontece no espaço privado – que é onde ele tem o direito constitucional de acontecer – sem que eu jamais o desrespeite. Mas isso não é porque eu “respeito à religião”. Isso é porque eu os respeito, como pessoas. Tenho a opção de acompanhar o ritual em silêncio ou afastar-me porque, afinal de contas, são três famílias maravilhosas.
Entendam: o debate na esfera pública são outros quinhentos. E, neste debate, nós chegamos para ficar. Ateus, saiam do armário. Sem medo. É muito melhor.

Artigo tirado do blog: http://www.idelberavelar.com

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